A imagem é simultaneamente um objeto, uma figura, uma lugar de vivência. Ela
pode te percorrer sem deixar marcas, mas ela pode te penetrar e te modificar. Pode
promover em ti uma transformação no modo de ver a vida, pode te afetar.
LAOCOONTE E SEUS FILHOS
É provável que tenha sido realizado no primeiro século dC. para um patrono romano, pelos artistas Agesandro, Polidoro e Atanadoro, da Escola de Rodes. Pertence, portanto, ao último estágio da escultura grega clássica, o chamado período helenístico. Conheceu-se da sua existência graças a uma velha descrição de Plínio, o Velho, mas foi escondido no subsolo até que foi descoberto no ano de 1506, na cidade de Roma. O papa Júlio II enviou Giuliano da Sangallo e Michelangelo para identificar a estátua e desde então ela foi preservada nos Museus do Vaticano.Laocoonte é um dos personagens que aparece na Eneida, de Virgílio e na Iliada, de Homero. Natural de Troia, ele fez uma advertência aos compatriotas.
“não aceitem o cavalo de madeira, presente dos gregos, ou seremos todos destruídos”.Mas voltemos a Laocoonte. Com sua advertência, ele não apenas chegou perto de frustrar todo o plano do exército grego. Ele desafiou os deuses, e os contos sobre essas criaturas não cansam de mostrar que isso nunca fica sem um castigo, muitas vezes cruel demais. Foi esse o caso de Laocoonte.[...] por "imagem" entendemos uma certa existência que é mais do que aquilo que o idealista chama uma representação, porém menos do que aquilo que o realista chama uma coisa - uma existência situada a meio caminho entre a "coisa" e a "representação" (BERGSON, 1999, p. 2).Um dos mais importantes autores da nova Teoria Francesa das Artes visuais, George Didi-Huberman (1998; 2013) é expoente nos estudos da imagem. Ele nos intiga a olhar para as imagens como sendo ao mesmo tempo paixões e questões, e orienta que façamos delas os “olhos da história” e com elas tomemos posições. Trata com ironia a tese de “[q]ue ver só se pensa e só se experimenta em última instância numa experiência do tocar” (DIDI-HUBERMAN, 1998, p. 31), que é a premissa da fenomenologia da percepção em Merleau-Ponty, como se o ato de ver acabasse sempre pela experimentação tátil. A fenomenologia sempre foi bem recebida no campo da arte, mas Didi-Huberman parte com ela quando diz que “devemos fechar os olhos para ver quando o ato de ver nos remete, nos abre a um vazio que nos olha, nos concerne e, em certo sentido, nos constitui” (ibid, 1998, p. 31).
É provável que tenha sido realizado no primeiro século dC. para um patrono romano, pelos artistas Agesandro, Polidoro e Atanadoro, da Escola de Rodes. Pertence, portanto, ao último estágio da escultura grega clássica, o chamado período helenístico. Conheceu-se da sua existência graças a uma velha descrição de Plínio, o Velho, mas foi escondido no subsolo até que foi descoberto no ano de 1506, na cidade de Roma. O papa Júlio II enviou Giuliano da Sangallo e Michelangelo para identificar a estátua e desde então ela foi preservada nos Museus do Vaticano.Laocoonte é um dos personagens que aparece na Eneida, de Virgílio e na Iliada, de Homero. Natural de Troia, ele fez uma advertência aos compatriotas.
“não aceitem o cavalo de madeira, presente dos gregos, ou seremos todos destruídos”.Mas voltemos a Laocoonte. Com sua advertência, ele não apenas chegou perto de frustrar todo o plano do exército grego. Ele desafiou os deuses, e os contos sobre essas criaturas não cansam de mostrar que isso nunca fica sem um castigo, muitas vezes cruel demais. Foi esse o caso de Laocoonte.[...] por "imagem" entendemos uma certa existência que é mais do que aquilo que o idealista chama uma representação, porém menos do que aquilo que o realista chama uma coisa - uma existência situada a meio caminho entre a "coisa" e a "representação" (BERGSON, 1999, p. 2).Um dos mais importantes autores da nova Teoria Francesa das Artes visuais, George Didi-Huberman (1998; 2013) é expoente nos estudos da imagem. Ele nos intiga a olhar para as imagens como sendo ao mesmo tempo paixões e questões, e orienta que façamos delas os “olhos da história” e com elas tomemos posições. Trata com ironia a tese de “[q]ue ver só se pensa e só se experimenta em última instância numa experiência do tocar” (DIDI-HUBERMAN, 1998, p. 31), que é a premissa da fenomenologia da percepção em Merleau-Ponty, como se o ato de ver acabasse sempre pela experimentação tátil. A fenomenologia sempre foi bem recebida no campo da arte, mas Didi-Huberman parte com ela quando diz que “devemos fechar os olhos para ver quando o ato de ver nos remete, nos abre a um vazio que nos olha, nos concerne e, em certo sentido, nos constitui” (ibid, 1998, p. 31).
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