F A R O L observatório de arte : Escola de arte: : outubro 2012

ORLAN

O primeiro corte é o mais profundo

A artista performática Orlan é o ícone. Para cada "desempenho" (reconhecidamente uma ocorrência rara) Orlan esculpe seu corpo com uma cirurgia estética para transformar a vida em obra de arte. Cada operação é filmada e muitas vezes realizada gratuitamente por cirurgiões interessados em contribuir para a arte carnal de Orlan. Ela permanece acordada durante e recebe apenas anestesia local. Vestido em trajes especialmente criados por designers famosos, Orlan muitas vezes sedutoramente recita poesia para o médico enquanto ele molda nela o queixo da Vênus de Botticelli, os olhos de Psique Gerome, a testa da Mona Lisa de Leonardo, a boca de Europa de Boucher, ou o nariz de uma Escola de Fontainebleau Dianna. A idéia? Ela é uma metamorfose que incorpora e subverte os padrões históricos de beleza alimentados a nós por artistas de todas as épocas. Orlan tem uma posição desafiadora contra as idéias tradicionais sobre o que é e o que não é considerado atraente, que cada vez mais se impõem na carne (bem como do sexo masculino) feminino. Orlan tem como seu último desejo de que ela seja conservada para a posteridade e seu corpo exibido em uma galeria entre os tesouros de arte do mundo. Orlan literalmente cria seu "corpo de trabalho" - uma verdadeira Vênus em formol.

Orlan escapando da moldura nº 3 - 1966

http://www.prometeogallery.com/orlan/

reincarnation of saint orlan

Henri Rousseau

encantador de serpentes

Henri Rousseau (1844-1910 ) nasceu em Laval no Vale do Loire, França. . Rousseau afirmou que não havia "nenhum outro professor melhor que a natureza", embora tenha admitido que tenha recebido "alguns conselhos" de dois pintores acadêmicos estabelecidos, Felix Auguste-Clement e Jean-Leon Gerome. Essencialmente ele foi autodidata e é considerado um pintor ingênuo ou primitivo.
foi o único pintor de estilo naïf que conseguiu exercer influência sobre estilos posteriores, como o surrealismo e o simbolismo. Sua obra foi objeto, a princípio, de escárnio generalizado, devido ao estilo infantil e ingênuo. No entanto, Rousseau manteve presença constante no Salon des Indépendents, exposição fundada em 1884 e que não estava sujeita ao julgamento de um júri. Pintava de modo intuitivo, sem preocupações teóricas. Conferiu à realidade uma aparência onírica. Funcionário da alfândega em Paris, Rousseau aposentou-se aos 49 anos para poder consagrar sua vida à pintura. Pintou nessa fase, que se prolongou até o final do século XIX, obras como Uma Tarde de Carnaval (1886), Eu Mesmo, Paisagem-Retrato (1890) e A Guerra, tema pouco comum na trajetória de "Le Douanier" e que despertou o interesse do público. Com suas pinturas inspiradas na selva, entre as quais O Lobo Faminto (1904), apresentada no Salão de Outono de Paris em 1905, alcançou o reconhecimento. Outras de suas obras principais são A Cigana Adormecida (1905), A Encantadora de Serpentes e O Sonho (1910).

guitarra e tigre

Equatorial

Henri Rousseau
a partir de 1871 começou a trabalhar na Alfândega de Paris, motivo pelo qual recebeu mais tarde o apelido de “Le Douanier” (Aduaneiro). Rousseau só começou a pintar de vez depois dos 40 anos de idade, após aposentar-se. Para complementar a renda, tocava violino nas ruas.Em 1890 Rousseau pintou um autorretrato que foi ridicularizado com o termo “retrato paisagem”. Anos mais tarde, em 1996, a tela foi valorizada e virou capa do catálogo especial da Galeria Nacional de Praga, ficando na frente de outras mais famosas. Os quadros ganharam mais atenção no final do século XIX com o auxílio de amigos do pintor. Em 1902 tornou-se professor de técnicas de pintura em miniatura e em porcelana na Association Philotechnique. Em 1908, ganhou uma festa no estúdio de Picasso em Montmartrês, que reuniu jovens artistas que tiravam muito sarro dele, mas achavam interessante a ruptura com as tradições acadêmicas da arte francesa.

As pinturas de Rousseau eram simples e renunciavam o requinte do impressionismo e as perspectivas lineares da arte clássica. A realidade era reproduzida com a exposição fiel do objeto, que acabava ficando com aspecto onírico e irreal. Rousseau afirmava ser do Realismo, mas o efeito final das obras obtido por técnicas particulares eram inovadoras e fantasiosas. Eram livres e tinham um aspecto infantil, ingênuo e grotesco, assemelhando-se à arte naïf, um tipo de arte primitiva moderna sem preparação acadêmica. As imagens com essa tendência estética são dotadas de uma beleza desequilibrada, desenhadas sem a consciência proposital de fugir da formalidade e dos padrões artísticos exigidos. Mesmo firmando seu próprio estilo e sendo um exímio colorista, Rousseau é considerado um artista naïf. Henri Rousseau morreu em sua terra natal no dia 02 de setembro de 1910, aos 66 anos.