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sábado, 25 de agosto de 2012

Álvaro Apocalypse


um dos mais talentosos criadores mineiros dos últimos 50 anos






“De 15 em 15 anos, o brasileiro se esquece dos últimos 15 anos”. A frase do escritor Ivan Lessa sintetiza bem a perversa relação que grande parte dos brasileiros sempre teve com a história de nossa cultura. Esquecer parece ser mesmo o verbo mais conjugado por aqui. Daí a importância do livro Álvaro Apocalypse, do crítico Márcio Sampaio, que acaba de ser publicado. Com o volume, que reúne parte do trabalho de um dos mais talentosos artistas brasileiros dos últimos 50 anos, a obra de Álvaro ganha, finalmente, um livro à altura de sua importância. Ao apresentar, para as novas gerações, a obra do artista, o livro ajudar a diminuir, pelo menos em parte, a amnésia brasileira.

Mineiro, nascido na cidade de Ouro Fino em 1937, Álvaro era um artista completo: foi pintor, ilustrador, gravador, desenhista, cenógrafo, professor, museólogo e publicitário. Mas foi mesmo como diretor do grupo de teatro de marionetes Giramundo que ele se tornaria mais conhecido. Morto prematuramente em 2003, aos 66 anos, ele deixou uma obra importante e ainda pouco conhecida do grande público.

O crítico Márcio Sampaio explica que a ideia de reunir uma parte da obra do artista mineiro em um livro era antiga. Surgiu um dia, ainda nos anos 1980, numa conversa que ele teve com o artista. “Quando Álvaro era vivo, eu insistia muito para fazermos o livro. Propus a ele, várias vezes, o projeto”, conta Sampaio, professor aposentado da Escola de Belas Artes da UFMG, e um dos maiores amigos do artista. “Mas ele era um homem muito discreto, simples. Não gostava que ficassem jogando confete nele. E, na hora H, sempre pulava fora e adiava o projeto”, conta.

Sampaio conta ainda que, se a princípio o livro abordaria apenas o período em que o artista criou e dirigiu o Giramundo, com o tempo ele se convenceu de que a obra não deveria se restringir apenas ao teatro de bonecos: “Quando fui convidado para fazer o livro, percebi que seria melhor fazer um livro com o foco não apenas no Giramundo. O volume deveria abranger um período maior. A obra de Álvaro é de uma riqueza impressionante”.



Álvaro Brandão Apocalypse nasceu no dia 14 de janeiro de 1937 na cidade de Ouro Fino em Minas Gerais. Foi pintorilustrador, gravador, desenhista, diretor de teatro, cenógrafo, professor, museólogo, publicitário e um dos fundadores do Grupo Giramundo.

No início do ano de 1950, o artista iniciou seus estudos em Belas Artes com Alberto da Veiga Guignard, onde posteriormente começa a dar aulas. Também estudou gravura em metal, e litografia na Escola Guignard. Graduou-se em direito na Universidade Federal de Minas Gerais. Ele foi solicitado para fazer desenhos animados para campanhas publicitárias, onde ilustrou em revistas e jornais da época. No ano de 1960, as festas típicas populares passaram a ser seu tema predileto, onde aperfeiçoou a técnica de pastel e começou a produzir gravuras.
Um dos destaques de sua arte foi o surrealismo, que o rendeu o premio de viagem ao exterior no Terceiro Salão da Aliança Francesa no ano de 1969. Em Paris, cursou a História do Desenho na Escola do Louvre. Ganhou vários prêmios, entre eles o Moliére, Trofeu Mambembe, João Ceschiatti e o Grande Premio da Crítica.









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